TRADIÇÃO E RITOS

Vale November 1 at 14:57
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Olá a todos, como sempre, quando leio novos livros e encontro palavras que me levam necessariamente a aprofundar sua ligação com o enredo, não posso fazer outra coisa senão “render-me”, prosseguindo e procurando o significado do que impede a continuação da leitura. A esse respeito, achei interessante compartilhar esta curiosa e breve pesquisa com os poucos que ainda não tiveram a oportunidade de “encontrar” a palavra em questão e o que ela representa.

Atualmente, decidi entrar com respeito discreto na “Papelaria Tsubaki”, romance de Ito Ogawa, que parece promissor e que pensei, neste momento bastante sobrecarregado com outras leituras nem sempre agradáveis, que seria útil para desligar e encontrar tranquilidade em ambientes que me agradam particularmente, onde artigos de papelaria e tudo o que diz respeito a instrumentos de escrita estão abundantemente presentes.



Mas voltemos ao assunto, o termo em questão, ou melhor, a palavra que chamou minha atenção foi “chinowa”, que simboliza universalmente purificação e proteção. Trata-se de um ritual sazonal tradicional japonês que deseja boa saúde.

Passando pelo círculo de ervas frescas e limpas, diz-se que, uma vez realizado o ritual, é possível livrar-se das doenças e superar o calor do verão. Mas não é só isso.

O chinowa se apresenta como uma estrutura circular, um anel de grama cogon (tipicamente de chigaya ou palha) usado nos rituais de purificação do xintoísmo. É colocado na entrada dos santuários duas vezes por ano, por ocasião de duas cerimônias importantes conhecidas como Nagoshi no Harae e Toshikoshi no Harae.


A primeira (Nagoshi no Harae) é celebrada em 30 de junho e é um ritual que visa purificar os pecados (tsumi), as impurezas (kegare) e as más ações acumuladas na primeira metade do ano.

A segunda (Toshikoshi no Harae) ocorre em 31 de dezembro, no final do ano, e tem como objetivo purificar completamente as impurezas e os pecados acumulados ao longo do ano.

Mas também é entendida como um ritual de passagem chinowa-kuguri, no qual os fiéis passam pelo anel seguindo um percurso específico em forma de “oito” ou infinito três vezes. Isso simboliza a eliminação das energias negativas e uma renovação espiritual.


Não se deve subestimar sua origem histórico-lendária, pois o ritual parece ter bases muito antigas, ligadas a uma história milenar que narra a história de uma família pobre que, ao acolher em sua casa o deus Susanoo-no-Mikoto (divindade xintoísta conhecida por sua natureza violenta e impulsiva, deus das tempestades, dos mares e dos furacões, famoso também por ter matado o dragão de oito cabeças Yamata No Orochi) em sua casa, recebeu em troca, como sinal de agradecimento por sua hospitalidade, um anel de erva mágica como proteção para seus descendentes contra eventuais doenças e infortúnios.


Mas, nos dias de hoje, parece existir também uma versão mais moderna do ritual, que prevê, além da passagem física, a possibilidade de escrever o próprio nome e desejos em um hitogata (um molde de papel), onde cada um, soprando sobre ele, pode transferir suas desgraças e oferecê-lo ao santuário como parte do ritual de purificação. Mas também podem ser oferecidos amuletos, outros objetos votivos e orações.

Uma pequena curiosidade adicional: parece que o chinowa maior media cerca de 11 m (36 pés e 1 polegada) de diâmetro e foi feito em Nagoya, Aichi, em 28 de junho de 2009.

Em última análise, o chinowa representa um ato de renovação pessoal e coletiva, um convite para eliminar o velho para dar lugar ao novo, para se purificar não apenas fisicamente, mas também espiritualmente. Essa prática ainda é muito sentida nas comunidades japonesas, unindo fé, cultura e natureza em um ritual que ajuda a superar as provações e a reencontrar o equilíbrio e a força interior. 


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